
Tínhamos recém nos mudado ainda mais para o sul da cidade. No ano que se seguiu, em 1993, minha irmã completava seus quinze anos. Seu presente, um som, e com tocador de “compact disc”. Das pessoas que eu conhecia, com meus dez anos de idade, pouquíssimas tinham em casa um tocador de Cd.
O presente foi um presente para todos que na casa viviam. Minha irmã, não sei se prevendo qual seria o seu regalo, já tinha no quarto dois Cds, da Janis, que estavam gravados e rodando em fitas. Eu também queria participar dessa. Foi então que comprei meu primeiro disco de música, o Dangerous de Michael Jackson. Gostei tanto que comprei em seguida mais alguns do cara. Nesta época, o Jackson viva o segundo “boom” da carreira, e eu vivia com isso na cabeça. Passando alguns meses e alguns ensaios, lá estava eu, dançando e dublando o astro, na sala da minha casa para minha família. Com o tempo descobri que muitas crianças, hoje adultos, gostariam de ter sido Micheal Jackson, com sua dança e voz.
Os pais passam por cada uma com as fases de seus filhos. Mas para a surpresa deles, essa característica eu trouxe comigo até a idade adulta. O gosto pela música, acredito, foi uma surpresa relativa, já que meus pais sempre gostaram muito de música. Também, aos poucos, fui gostando mais do Michael de Quincy Jones, ali sim, não há dúvidas de que ele mandava.
Por Beto STone