Sem nada para fazer. Já se passaram semanas e nada encontrei para me distrair. Foi pensando e mascando o tédio que forrava os dias que tive uma idéia.Estava na casa de uma tia. Fui obrigado a passar ali alguns meses ou anos, quanto tempo precisasse para me restabelecer da briga que tive com meus pais. Como havia saído de casa de qualquer jeito, estava sem meu violão, meu inseparável companheiro. Lembrei que quando jovem, nesta casa tinha um piano velho e todo desafinado.
Lembrei, também, que na calça que eu vestia, ainda estava guardado um pedacinho de LSD que tinha ganhado de presente em uma festa. Não recordava muito bem de quem, nem em que festa tinha conseguido a figurinha.
Calculei que o tomaria e tocaria um piano.
Faria uma música psicodélica, algo bem malucão mesmo. Bike língua abaixo e esperar. Veio vindo, vindo e veio. Ainda em condições de descer as escadas, fui.
O piano tava cheio de poeira. Olhando bem, levei mais de meia hora para lembrar que queria abrir o instrumento. Puxei a cadeira e estalei meus dedos, igual a um profissional.
O piano tava cheio de poeira. Olhando bem, levei mais de meia hora para lembrar que queria abrir o instrumento. Puxei a cadeira e estalei meus dedos, igual a um profissional.
Nos primeiros acordes minha emoção foi aos céus. Estava quase perfeito. Mas não soava a psicodelia que eu queria. E não era mesmo. Com o efeito do ácido que tomei, o piano, que não produzia som qualquer há décadas, soava afinadíssimo. A droga havia feito com que eu sintonizasse com aquela porra, seja qualquer que fosse a afinação.
Não bem o que eu queria. Mas as quatro da madrugada, quando terminei a obra, senti não estar tão satisfeito. Mas fiquei feliz por ter encontrado um novo amigo. E feliz por termos nos entendido tão bem!
Não bem o que eu queria. Mas as quatro da madrugada, quando terminei a obra, senti não estar tão satisfeito. Mas fiquei feliz por ter encontrado um novo amigo. E feliz por termos nos entendido tão bem!
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